A margarina PLANTA revolucionou a minha forma de olhar para o creme com que barrava o pão.
Até esse dia o meu pão era barrado com manteiga Primor comprada avulso (sim, lá em casa tudo era comprado avulso: 1/4 de açúcar; 100g de manteiga...); com manteiga-de-cor - que mais não era que banha de porco coalhada após se fritar a carne de porco temperada com pasta de pimentão - ou com tulicreme.
Mesmo não passando horas em frente à televisão a publicidade também influenciava.
Era uma tarde de Primavera já próxima do Verão, estávamos no 3º período e as férias viriam em breve. Saímos da escola e, tal como era hábito, a pasta (com um só manual) ia ser lançada para cima da mesa. Comíamos qualquer coisa e até a noite chegar ainda havia tempo para muita brincadeira. Esta era a rotina, não esperava que surgisse algo de diferente.
Porém, eis que neste dia a presença de 2 senhoras (não eram da aldeia nem da aldeia vizinha) nos chamou à atenção. Era gente Lisboa. Só podia ser.
Chegaram de carro e com uma cesta cheia de pacotes de margarina Planta com direito a uma faquinha de plástico (que dizia Planta, pois claro). Batiam à porta, "vendiam o seu peixe", entregavam o pacote de margarina e faziam uma cruz com um pau de giz. Assim era assinalada a família que já tinha recebido a maravilhosa embalagem toda colorida da respectiva margarina.Ninguém se atreveria a apagar aquele X desenhado a giz.
Não se falava em outra coisa a não ser nas mulheres com jeito de terem vindo de Lisboa e que entregavam pacotes de margarina Planta.
Perante isto quem queria comer manteiga Primor (que saudades daquele sabor) que era comprada avulso na mercearia da Rosalinda e que vinha embrulhada em papel manteiga?
Não me recordo por quanto tempo comi da dita Planta, talvez mais tarde a substituísse por Flora. Sei que algures no tempo ainda me deixei influenciar pela margarina Banquete (custa a crer, eu sei!).
Mas até hoje nenhum o epísódio publicitário me influenciou tanto como este.
Era uma tarde de Primavera já próxima do Verão, estávamos no 3º período e as férias viriam em breve. Saímos da escola e, tal como era hábito, a pasta (com um só manual) ia ser lançada para cima da mesa. Comíamos qualquer coisa e até a noite chegar ainda havia tempo para muita brincadeira. Esta era a rotina, não esperava que surgisse algo de diferente.
Porém, eis que neste dia a presença de 2 senhoras (não eram da aldeia nem da aldeia vizinha) nos chamou à atenção. Era gente Lisboa. Só podia ser.
Chegaram de carro e com uma cesta cheia de pacotes de margarina Planta com direito a uma faquinha de plástico (que dizia Planta, pois claro). Batiam à porta, "vendiam o seu peixe", entregavam o pacote de margarina e faziam uma cruz com um pau de giz. Assim era assinalada a família que já tinha recebido a maravilhosa embalagem toda colorida da respectiva margarina.Ninguém se atreveria a apagar aquele X desenhado a giz.
Não se falava em outra coisa a não ser nas mulheres com jeito de terem vindo de Lisboa e que entregavam pacotes de margarina Planta.
Perante isto quem queria comer manteiga Primor (que saudades daquele sabor) que era comprada avulso na mercearia da Rosalinda e que vinha embrulhada em papel manteiga?
Não me recordo por quanto tempo comi da dita Planta, talvez mais tarde a substituísse por Flora. Sei que algures no tempo ainda me deixei influenciar pela margarina Banquete (custa a crer, eu sei!).
Mas até hoje nenhum o epísódio publicitário me influenciou tanto como este.
"Em casa acho que toda a gente gosta de Planta. Os miudos, então, adoram-na!".
11 comentários:
Este está mesmo a arrancar...
Lá em casa era mais "baqueiro". "tantas possibilidades a mesma inspiração, vaqueiro inspira-te". Em todo o caso durou pouco, a manteiga da vizinha impunha-se. Era enorme, a vizinha claro.
Olha, já usei muito Planta, quando ficava na casa da sogra. Depois veio a Mimosa e é a que uso agora em minha casa (quando vou aí, é claro).
Juro como "viajei" lendo teus textos. Me achaste através da Dina? Outra alentenjana como tu?
Olá Pitanga,
Todos gostamos de recordar os velhos tempos. Sobretudo numa altura em que tudo é efémero.
Lembro-me bem da chegada da margarina mas, só anos mais tarde vim a saber que as primeiras margarinas eram brancas e, como não tinham saída, um fabricante francês lembrou-se de lhe pôr corantes para ficar com a cor da manteiga. O sucesso foi imediato.
Mas se as pessoas soubessem como são fabricadas as margarinas ( não todas...) de certeza que não a usavam nunca!
acho que nunca comi Planta no pão...mas a minha avó fazia-me uma banha misturada com colorau que eu espalhava no pão e comia deliciada chamando-lhe "pão com chouriço"...e que será identico à tua manteiga encarnada.
Salvoconduto,
Para o cozinhados a minha mãe preferia a banha de porco.
A tua vizinha deveria ser mesmo enorme já que essa imagem perdura :)
Carlos,
Ver uma fábrica de margarinas é nunca mais conseguir sequer olhar para a embalagem...
greentea
pois é...
Outros tempos.
ganhas um doce se me disseres quem escreveu o texto desse anúncio... rss
bem vinda ao RelógiodePendulo.
olá heretico,
não sei mm quem escreveu o texto do anuncio...
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