18 de dez. de 2011

São coisas da vida...


A minha aldeia situa-se no Portugal profundo. Foi lá que passei a minha infância.
Era o tempo de brincar na rua sem medo de pedófilos ou de ladrões. A televisão resumia-se a dois canais e a emissão não era contínua.
Havia tempo para as notícias, o boletim meteorológico, o programa TV Rural e muitos outros para adultos.
As crianças tinham poucas horas de emissão, mas mesmo assim os desenhos animados  e os filmes contribuíam para que fossemos pessoas melhores. Era o tempo da "Animação", do franjinhas, da Heidi, dos pequenos vagabundos, do Bonanza, da casa na pradaria e de outros.
Assim, havia tempo para muita brincadeira, para ler os livros, que só me chegavam via biblioteca itinerante da Gulbenkian, para os trabalhos de casa, para ver os "meninos rabinos" e para o resto que era tudo o que faz  a vida de uma criança em família.
Aos olhos de uma criança de hoje a minha vida era simplesmente desinteressante. 
Para mim este foi o tempo de viver sem pensar, apenas viver. São muitas as histórias que guardo deste tempo de vida  que mais tarde, em adolescente, apelidei de "paravalheira".
A idade deu-me para relembrar algumas destas histórias. As melhores, porque da vida devemos relembrar o melhor e por mais estranhas que lhe pareçam estas histórias, "ora elas são coisas da vida..."

2 comentários:

Pitanga Doce disse...

Tá lindo o teu blog. Não saio mais daqui.

Maria Soares disse...

Obrigada Pitanga!